Estamos numa onda de educação financeira. Todos os dias recebo propaganda de livros, cursos e mentorias que prometem me auxiliar a ter uma vida financeira mais saudável. Toda essa discussão é válida e, por causa disso, resolvi me dedicar um pouco mais de tempo e estudo ao tema. A ideia aqui não é vender algo relacionado à educação financeira. Meu objetivo é apenas compartilhar algumas observações depois de muita leitura e conversa com quem entende do assunto.
A primeira percepção que tive foi a diferença entre pagar algo no crédito e no débito. Muitas pessoas utilizam o cartão de crédito, pois não há desconto no pagamento a débito, para juntar pontos, milhas, enfim, por inúmeros motivos. Porém, quando você paga algo no débito o assunto se encerra ali. Ele não se estende até o próximo mês, ou pior, próximos meses, se for algo parcelado. Quando você vai a uma restaurante e paga no débito, você não fica preocupado com a fatura do mês seguinte. Não precisa pensar de está próximo de estourar o limite do cartão ou não. Outra questão também é que, se você sai de casa disposto a pagar apenas no débito, você tem um limite claro de quando pode gastar. Isso traz uma consciência e um senso de realidade incrível que as pessoas que pagam automaticamente no crédito não conseguem perceber. Nem todos conseguem pagar sempre tudo no débito, mas ter essa percepção e buscar ter esta consciência na hora de assumir contas para pagar é fundamental.
Pensando nisso, trouxe algumas outras observações:
Tenha uma única conta bancária. Se você paga tarifa bancária, esse é mais um motivo para ter apenas uma conta bancária. Ter mais de uma conta e com limite no cheque especial, é um convite ao endividamento. Poucas pessoas possuem organização e autocontrole para ter mais de uma conta bancária. Aproveite, que com uma conta a sua movimentação financeira é maior, e negocie uma redução ou isenção de tarifa bancária com o gerente.
Tenha apenas um cartão de crédito. Pior do que ter mais de uma conta bancária é ter mais de um cartão de crédito. Os juros são altíssimos e se você não pagar vira uma bola de neve inacreditável. O ideal é quitar os cartões e ficar apenas com um. Se você paga anuidade, negocie com a operadora a redução ou isenção. Outro ponto importante é não ter um limite muito superior à sua renda, isso aumenta o seu poder de compra, porém, ter crédito não significa que você tenha dinheiro.
Faça um orçamento anual. Em dezembro ou em janeiro faça uma estimativa dos seus gastos no ano. Verifique as despesas já assumidas, aquelas que ocorrem periodicamente e inclua o que você deseja comprar. Faça uma estimativa de todas as suas despesas e considere as suas expectativas de recebimento. Verifique se as entradas menos as saídas possuem um resultado positivo. Se você está endividado, não adianta ficar com medo de abrir a fatura do cartão de crédito ou não olhar a conta bancária. Se você tem problemas financeiros, aceite o fato e entenda que os problemas não desaparecerão sozinhos. Estes problemas costumam trazer outros problemas com eles.
Acompanhe mensalmente seus gastos. Não adianta fazer orçamento anual se você não verifique o que de fato está acontecendo com o seu dinheiro todo mês. O acompanhamento mensal permite que você faça os ajustes necessários e tome decisões de forma consciente. Pense que este cuidado dará tranquilidade a você, pois você saberá exatamente qual é a sua situação financeira e fará planos mais realistas para melhorá-la.
E não se esqueça, sempre que possível, pague no débito.
#educacaofinanceira