Planejamento Estratégico

As mudanças na sociedade e no mercado empresarial eram lentas e uniformes até o meado do século XXI. No entanto, com o avanço tecnológico, a abertura dos mercados influenciados pela economia, política e a própria sociedade, por exemplo, trouxeram consigo uma nova forma de negociar e, consequentemente, administrar uma empresa (LOBATO, 1997, p.47).

Cada modelo de administração, em seu tempo, foi importante para a atuação das empresas no mercado. Porém, eles, notoriamente, foram evoluindo em resposta às mudanças do mercado. Gluck, Kaufmann e Walleck citados por Lobato (1997) apresentaram um modelo da evolução do planejamento estratégico onde, na década de 50 era utilizado o planejamento financeiro, na década de 60, o planejamento a longo prazo, na década de 70, o planejamento estratégico, na década de 80, a administração estratégica e finalmente, na década de 90, a administração estratégica/competitiva.

Segundo Lobato (1997), nota-se que na década de 70 a palavra estratégia foi agregada à palavra planejamento, porém, o modelo de planejamento continuou sofrendo evolução. Na administração estratégica competitiva a empresa define sua missão e possui uma visão holística da empresa.

Também são consideradas na administração estratégica competitiva a visão estratégica, o alinhamento com a missão da empresa, a adaptação a tendência de globalização, o domínio da tecnologia da informação e a compreensão das mudanças como uma oportunidade. Lobato (1997) acredita, no entanto, que a visão holística é um problema para a empresa. Pois ao ver os processos como um todo, os gestores podem não perceber as particularidades de cada processo separadamente. O que pode dificultar correções, alterações, criações e até mesmo exclusões nos processos que não correspondem às expectativas da empresa.

Costa (2002) complementa que há várias formas de encarar o futuro nas organizações. Estas formas sofrem influências da percepção que os dirigentes das empresas possuem do mundo e que podem refletir pensamentos otimistas e pessimistas. Alguns dirigentes são inflexíveis, outros maleáveis demais em relação ao futuro da organização. Para o autor, o ideal seria atitude estratégica, onde o gestor conseguisse vislumbrar um futuro possível e criasse meios para alcançá-los. Assim, para o referido autor “a visão estratégica que se pretende criar consiste em desenvolver a capacidade de olhar, criticamente, o presente a partir do futuro e não o futuro com os olhos do presente”.

Para estar atento às mudanças que ocorrem nos ambientes internos e externos da empresa Costa (2002) defende que os gestores deverão ter uma mentalidade estratégica e aproveitarem as oportunidades que surgirem para aumentarem a participação no mercado e conseguir agregar valor aos produtos e serviços. A criação de um planejamento estratégico faz com que a empresa responda a estas mudanças freqüentes nas áreas econômicas, políticas, tecnológicas. Mudanças estas que podem ocorrer de forma inesperada e em âmbito nacional e internacional.

Assim é necessário construir a estratégia da empresa, adaptá-la aos imprevistos que surgem pelo caminho e ter a flexibilidade de alterá-la completamente se preciso. Pois a empresa pode ter um planejamento estratégico para 5 ou 10 anos, porém a volatilidade do mercado, da tecnologia e as mudanças sofridas até mesmo dentro da organização podem alterar o rumo da empresa, alterando sua estratégia, e, em casos extremos, mudando totalmente o foco.

Publicado em: www.lopesmachado.com